Morador de Vitória da Conquista tem foto divulgada por engano como líder de facção criminosa
Nome e foto de Wiliam Moura foram divulgados por engano como líder do Comando Vermelho após operação no Rio de Janeiro.
                O motorista por aplicativo Wiliam Pinheiro Moura, morador de Vitória da Conquista, viveu momentos de desespero após ter o nome e a foto divulgados como sendo de um dos líderes do Comando Vermelho (CV) capturados em uma megaoperação realizada no Rio de Janeiro, na última terça-feira (28).
Ele recebeu centenas de mensagens, inclusive ameaças, além de prints de reportagens locais e nacionais que o apontavam como criminoso. Segundo o advogado Sadraque José Serafim Ribeiro, o erro expôs o motorista a risco de morte, já que Vitória da Conquista tem bairros dominados por facções rivais.
“Sou trabalhador. Nunca estive no Rio de Janeiro e, de repente, me vi sendo acusado de algo que nunca fiz. Estou com muito medo. Desde o ocorrido, não saio de casa”, declarou William Pinheiro.
Após os primeiros resultados da operação, veículos nacionais divulgaram que integrantes do Comando Vermelho que atuavam na Bahia estavam entre os presos e mortos. Assim, a imprensa do estado teria buscado informações com fontes da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
Um agente da Polícia Civil teria enviado ao jornal Correio nomes e fotos de supostos criminosos baianos. Essa mesma fonte, segundo apuração do veículo, repassou as informações a outros sites do estado. Entre as imagens, estava uma foto retirada da carteira de habilitação de Wiliam Pinheiro, que não sabe como o policial teve acesso ao documento.
O caso teve forte repercussão em Paripá, cidade natal de Wiliam, localizada no sul da Bahia. “Sou de uma cidade pequena. Meus amigos e familiares estavam sem entender, porque sabem da minha índole, que nunca fui preso, nunca me envolvi com coisa errada. Mas ainda assim, fiquei mal falado por outras pessoas de lá, pois sofri xingamentos”, relatou.
Além do constrangimento, o motorista passou a receber ameaças. Por segurança, ele suspendeu as corridas de aplicativo e evita sair de casa. O medo é de ser confundido com criminosos em áreas controladas por facções.
Nas redes sociais, Wiliam Pinheiro gravou um vídeo para se defender da utilização indevida de sua imagem. “As informações divulgadas são falsas. Estão dizendo que fui preso no Rio, nunca fui preso, que estou sendo investigado, nunca fui investigado. Venho dizer que todas as medidas cabíveis estão sendo tomadas”, disse.
De acordo com o advogado Sadraque Ribeiro, há indícios de crime de injúria e de divulgação de informação falsa sobre crime. Agora, a defesa investiga como a imagem e os dados de Wiliam foram parar nas mãos do policial