ECPP Vitória da Conquista enfrenta crise financeira e time profissional pode não disputar próxima temporada
Em entrevista ao site Avoador, Ederlane Amorim, afirmou que, pela primeira vez na história, a equipe encerrou a temporada atual com déficit financeiro.

O Esporte Clube Primeiro Passo Vitória da Conquista (ECPP), conhecido como Bode Alviverde, enfrenta uma de suas maiores dificuldades: a crise financeira.
Fundado em 2005 a partir do projeto social “Primeiro Passo”, que ensinava futebol para crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade, o clube conquistou os títulos da segunda divisão do Campeonato Baiano e da Copa Governador do Estado da Bahia, além de disputar competições nacionais como Série C e D do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Copa do Nordeste.
Em entrevista ao site Avoador, o presidente do ECPP, Ederlane Amorim, afirmou que, pela primeira vez na história, a equipe encerrou a temporada atual com déficit financeiro e sem orçamento suficiente para investir no elenco profissional.
“Nós já tivemos orçamento de até R$3 milhões, mas esse ano não chegou nem a R$300 mil, valor que, em anos anteriores, a gente gastava em três meses”, disse.
A falta de recursos se agrava pela ausência de receitas de televisão e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Sem isso, Ederlane Amorim cogita a possibilidade da equipe profissional não jogar em 2026. Mesmo assim, o clube continuará investindo na categoria de base, com equipes sub-15 e sub-17, como estratégia de longo prazo para formação de novos talentos.
“Mesmo com dificuldades, não pretendemos parar com o investimento na categoria de base. Se tivermos de parar no ano que vem, nós não vamos disputar o profissional, porque tem um custo infinitamente maior”, afirmou o presidente do ECPP.
Sobre soluções, Ederlane Amorim apontou que transformar o clube em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) seria a única alternativa para viabilizar o elenco profissional e melhorar questões estruturais, como espaço de treinamento, alimentação, transporte e salário. Segundo ele, isso não significa que o time vai ter sucesso desportivo, mas vai resolver um problema financeiro.
“Com esse dinheiro, você pode fazer um elenco mais competitivo. Sem isso, eu não vejo outra alternativa. Neste ano, o apoio da Prefeitura foi menor que há três anos atrás. Mas as dificuldades e os preços de tudo vão aumentando. Para virar o jogo, tem que ser uma SAF mesmo, alguém que chegue e ajude no trabalho de reconstruir o clube”, ressaltou.
Ederlane Amorim admite que, embora já tenha temido pelo futuro do clube, hoje mantém a esperança graças à sua fé e à dedicação ao trabalho. Ele destaca que, diferente de outros presidentes de clubes que contam com suporte financeiro, o ECPP sobrevive apenas com esforço próprio.
O falecimento de José Roberto Sousa Silva, gerente executivo e braço direito do presidente, agravou os desafios, e o baixo volume de arrecadação nos últimos anos comprometeu a gestão. Apesar de não ter dívidas, o clube enfrenta escassez de recursos.
“Neste momento, não sei se eu falaria em falência, é uma palavra muito dura. Nós não devemos nada a ninguém, mas também não temos recursos. Talvez no ano que vem a gente não consiga disputar o profissional. Não sei se isso é falência, mas é um momento realmente muito preocupante”, destacou Ederlane.