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Cidades da Bahia investem milhões no São João mesmo em situação de emergência

Municípios podem realizar os festejos, desde que sigam regras do Ministério Público.

Por Redação | Jornal Conquista
Publicado em 17/06/2025 - às 16:48
Foto: Divulgação.

Mais de 100 municípios da Bahia estão em situação de emergência devido à seca ou às fortes chuvas, segundo dados do Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sinpdec), realizado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.

Algumas dessas cidades decidiram manter os festejos juninos, com investimentos milionários. A decisão é permitida, desde que as prefeituras sigam critérios estabelecidos em acordo com o Ministério Público, os Tribunais de Contas e a União dos Municípios da Bahia.

Em Quijingue, município baiano, a programação do Arraiá do Triunfo, que acontece entre os dias 19 e 24 de junho, terá um custo de R$ 4,8 milhões apenas com cachês artísticos, segundo dados do Painel da Transparência do Ministério Público. O valor total da festa chega a aproximadamente R$ 6 milhões, quatro vezes mais do que foi gasto no ano passado.

O município, que tem pouco mais de 25 mil habitantes, está com situação de emergência reconhecida pelo governo federal até setembro de 2025. Em entrevista à TV Bahia, o prefeito Romerinho (Avante) afirmou que os festejos foram planejados com base em um estudo de impacto econômico. Segundo ele, “não foi algo aleatório, é um investimento para atrair turistas, [é] investimento na nossa cultura”.

Em Tucano, cidade vizinha também em situação de emergência pela seca, os gastos chegam a R$ 3,6 milhões apenas com atrações para três dias de festa. O Arraiá das Águas Quentes aconteceu no último fim de semana, no distrito turístico de Caldas do Jorro. Por lá, os cachês variaram entre R$ 220 mil e R$ 750 mil.

O prefeito de Tucano, Ricardo Maia, afirmou que os recursos para a festa foram captados em outras esferas, como o governo estadual, e que os decretos de emergência são voltados exclusivamente para questões relacionadas à estiagem, como apoio à agricultura familiar e abastecimento de água.

De acordo com o Ministério Público, os municípios baianos podem realizar festas juninas mesmo estando em estado de emergência, desde que cumpram condições como:

  • Não utilizar recursos destinados à calamidade (seca ou chuva);
  • Apresentar estudo técnico detalhado com o impacto financeiro do evento
  • Garantir que não haja solicitação de créditos extras ao Legislativo para custear os festejos.

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