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Doação de órgãos avança em Vitória da Conquista, mas número de doadores ainda é desafio no Brasil

Hospital São Vicente recebe autorização para realizar transplantes pelo SUS; Brasil bate recorde, mas mais de 78 mil pessoas ainda aguardam na fila.

Por Redação | Jornal Conquista
Publicado em 16/06/2025 - às 17:55
Foto: Reprodução da internet.

Uma reportagem exibida pela TV Sudoeste retratou a realidade da doação e do transplante de órgãos no Brasil e em Vitória da Conquista. O país bateu um recorde em 2024, com mais de 30 mil transplantes realizados. Apesar disso, o número de doadores caiu, o que mantém alta a fila de espera por um órgão. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), mais de 78 mil pessoas aguardam na fila atualmente.

A história de Igor, apresentada na reportagem, ilustra o impacto direto que a doação pode causar. Com uma doença hereditária chamada rins policísticos bilaterais, ele enfrentou a perda progressiva da função renal desde a infância. Em agosto de 2022, começou a fazer hemodiálise, processo que o manteve ligado a uma máquina três vezes por semana, durante quatro horas por dia. “A gente só sobrevive por causa dessa máquina”, afirmou.

A mudança veio em 30 de março de 2023, quando recebeu uma ligação informando a possibilidade de um transplante. O procedimento foi realizado no dia seguinte, 1º de abril. “Apesar de falar que é o dia da mentira, para mim foi o dia da pura verdade”, disse Igor. Ele atribui a nova chance de vida à decisão de uma família que autorizou a doação de órgãos.

Mesmo com o avanço nos transplantes, a taxa de recusa familiar ainda é um dos principais obstáculos. A reportagem da TV Sudoeste destacou que a falta de diálogo sobre o tema dificulta o processo. “Esse é o grande problema, as famílias aceitarem doar, principalmente famílias grandes que não têm consenso”, explicou uma profissional. “Às vezes também um grande problema que a gente vê aqui é dizer assim: ‘mas ele não me disse em vida que ele era doador’”, completou. Por isso, campanhas incentivam que a pessoa manifeste em vida sua intenção de doar.

Em Vitória da Conquista, o cenário da doação de órgãos começou a mudar em 2007, quando foi realizada a primeira captação de múltiplos órgãos na cidade. Desde então, 206 doações já ocorreram, segundo dados citados na reportagem. A Organização de Procura de Órgãos (OPO) local atende também municípios vizinhos e tem registrado avanços. “Antes as pessoas não falavam nisso, não entendiam muito como se dava o transplante, a doação. E hoje com a divulgação, com a mídia ajudando a gente, está conscientizando mais”, relatou uma representante da área.

Outra novidade destacada na reportagem da TV Sudoeste é a autorização concedida ao Hospital São Vicente para realizar transplantes de rim e fígado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A informação foi confirmada por representantes da Secretaria de Saúde da Bahia, que firmaram o credenciamento junto ao Ministério da Saúde. Toda a documentação já está disponível para que o hospital integre a política estadual de transplantes.

A expectativa é que os procedimentos possam ser realizados mais próximos dos pacientes, tanto do ponto de vista geográfico quanto na efetividade do atendimento. “Que é a probabilidade efetiva de ocorrer, que não basta estar numa lista que você nunca é chamado, como também da probabilidade de se realizar um transplante altamente valoroso no sentido de entregar efetivamente o resultado”, explicou um dos entrevistados.

A doação de órgãos só é possível com a autorização familiar. Essa decisão, tomada muitas vezes em momentos de luto, pode salvar diversas vidas. “Graças a essa família que teve amor no coração para poder doar esse órgão para uma pessoa”, disse Igor, ao refletir sobre o gesto que permitiu sua recuperação.

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