Com cerca de 350 ostomizados, pacientes de Vitória da Conquista enfrentam escassez de insumos pelo SUS
Falta de insumos essenciais compromete saúde de pacientes ostomizados, que estão há meses sem acesso ao material.

Em Vitória da Conquista, pessoas ostomizadas vivem drama com a falta de fornecimento de bolsas de ostomia do tipo convexa. Em reportagem da TV Sudoeste, pacientes revelam que estão há meses sem acesso ao material, que deve ser fornecido gratuitamente pelo SUS. O problema vem afetando drasticamente a vida e a rotina desses pacientes.
A ostomia (ou estomia) é uma cirurgia que cria uma abertura artificial no corpo para a eliminação de fezes ou urina, com o auxílio contínuo de uma bolsa coletora. Segundo o Ministério da Saúde, no Brasil há cerca de 400 mil pessoas ostomizadas, e são aproximadamente 13 mil procedimentos ambulatoriais realizados por mês pelo SUS.
Entre esses procedimentos estão a distribuição de coletores e placas ao público necessitado, que, de acordo com a Portaria de Consolidação nº 3, de 28 de setembro de 2017, deve ser feita através dos Centros Especializados em Reabilitação (CER).
A entrevistada Henriqueta Brito, diagnosticada com câncer de reto, realizou o procedimento de ileostomia, o que a tornou dependente de bolsas convexas específicas. Henriqueta necessita de cerca de dez por mês, o que custa, em média, um orçamento de R$ 1.370, valor que ela não consegue pagar. “Tem o valor da placa e o valor da bolsa, mas os dois têm que ser conjugados. Então, R$ 110 a placa e R$ 27 a bolsa. E um sozinho não pode funcionar sem o outro”, relata.
No município, estão cadastrados cerca de 350 ostomizados, sendo ao menos 30 deles utilizadores das bolsas convexas que estão em falta.
A Secretaria Municipal de Saúde informou que iniciou um processo licitatório ainda no ano passado, mas relatou que não houve empresas interessadas. Por esse motivo, está em andamento um processo emergencial de dispensa de licitação para a compra dessas bolsas.